11/02/2020
Em 2015, a partir da publicação da Lei Estadual Nº 7.123, que determinou a implantação do controle biométrico das gratuidades e dos beneficiários do Bilhete Único Intermunicipal, as empresas de ônibus iniciaram o processo de instalação de câmeras com tecnologia de reconhecimento facial nos veículos. O objetivo é identificar eventuais fraudes no uso dos benefícios.
A gestão da identificação das fraudes é realizada pela RioCard Mais através do sistema de reconhecimento facial que verifica a compatibilidade da imagem captada com a identidade do usuário. O sistema se tornou um importante aliado das empresas no combate à utilização indevida dos cartões, reduzindo os prejuízos financeiros em função das fraudes, principalmente tendo em vista que a maioria das gratuidades nos transportes por ônibus não tem uma fonte de subsídio determinada pelos órgãos públicos e é custeada pelos passageiros pagantes.
A busca por soluções para tornar o sistema de biometria ainda mais eficaz levou à criação, há cerca de dois anos, de um comitê formado por representantes das empresas de ônibus, sindicatos, Federação e RioCard Mais. O grupo se reúne para debater boas práticas em bilhetagem eletrônica e as melhorias que podem ser aplicadas à tecnologia de biometria facial.
Com a mudança nos validadores que passaram a transmitir os dados online, o TransÔnibus propôs a redução do tempo de cancelamento do cartão após a descoberta da fraude, sugestão que foi aprovada pelo grupo e adotada pela RioCard Mais. Antes, o cancelamento acontecia apenas quatro a cinco dias depois da constatação do problema, permitindo que os fraudadores continuassem usufruindo do cartão por mais tempo. Agora, o prazo para cancelamento do benefício é de 24 horas. O projeto-piloto dessa inovação foi implantado na Expresso Real Rio, associada ao TransÔnibus. Em 2018, a empresa havia registrado cerca de 100 mil transações fraudulentas e, em 2019, com a redução do tempo de bloqueio dos cartões, esse número caiu para 32 mil transações.
As mudanças implementadas pela RioCard Mais a partir das sugestões apresentadas pelo comitê trouxeram muitos resultados positivos, principalmente, no que se refere à redução das fraudes. Por exemplo, em 2019, o TransÔnibus observou em sua base uma queda de quase 60% do número de transações irregulares em relação ao ano anterior com cartões dos tipos sênior (idoso), vale social, estudantes e outros.
Ponto para o comitê, que através da troca de experiências e do debate está encontrando e implementando soluções para reduzir o número de fraudes nas gratuidades, um problema que aflige o setor há muito tempo e é uma das principais causas da evasão de receita.
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